Na ofensiva contra o chamado “tarifaço” de Trump — que atinge diretamente setores inteiros da indústria brasileira — Lula foi para o telefone e acionou aliados do Sul Global: Xi Jinping, Narendra Modi, Vladimir Putin e, em breve, Cyril Ramaphosa. Não é hora de recuar nem de fazer média com os donos do mundo; é hora de juntar os países que produzem de verdade e negociar proteção para os trabalhadores e para as empresas que sustentam nossas cadeias produtivas.
A articulação internacional e a resposta brasileira
A China não é figurante nessa história: é o principal parceiro comercial do Brasil, responsável por quase 30% das nossas exportações — mais de 57 bilhões de dólares entre janeiro e julho. A ligação entre Lula e Xi não foi conversa de cortesia: tratou-se de alinhar posições sobre o papel do G20 e do BRICS na defesa do multilateralismo e de abrir espaço para negócios que resistam às sanções e às loucuras protecionistas dos Estados Unidos. É necessário reagir com proteção econômica e diplomacia firme, não com dependência submissa aos caprichos de Washington!
Enquanto a direita histérica — aquela que já vendeu a alma para privatizar tudo — bate cabeça, o governo articula medidas concretas. Saiu o anúncio de um pacote que, segundo o Planalto, prevê uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas, com foco em pequenos negócios, e compras governamentais direcionadas, especialmente de produtos perecíveis. “O pacote inclui uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas, com foco em pequenos negócios, além de compras governamentais, especialmente de itens perecíveis.” — Lula.
Critérios e cuidado com o dinheiro público
Ninguém aqui defende almofadas para empresários folgados! O governo afirma que fará uma triagem criteriosa para evitar que empresas que não exportam para os EUA se favoreçam indevidamente. Em palavras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o pacote será anunciado em breve: “O pacote de ajuda será anunciado amanhã.” A ministra do Planejamento, Simone Tebet, repete a cartilha da responsabilidade fiscal — ou pelo menos a intenção: “O impacto das medidas no orçamento será mínimo e que o governo fez uma análise detalhada para evitar que empresas que não exportam para os Estados Unidos consigam brechas para entrar nos benefícios.”
E não são palavras vazias: o MDIC vai setor por setor, empresa por empresa. “O MDIC está separando empresa por empresa dentro de cada setor. Por exemplo, o setor de pescados é um dos mais atingidos, mas não todo o setor vai ser beneficiado, porque tem empresa que não exporta, tem empresa que exporta, mas não exporta para os Estados Unidos, tem empresa que exporta para os Estados Unidos, mas já está redirecionando a sua produção. Então nós estamos sendo criteriosos, até porque é dinheiro público. Posso falar pela parte do orçamento que vai ser no limite mínimo mesmo, mas também com a preocupação de não deixar nenhuma empresa prejudicada para trás”.
O país precisa proteger emprego e soberania produtiva, não salvar especuladores nem financiar quem vive de jabá e privatizações! Esse é o teste: usar o Estado para manter a indústria, o trabalho e a renda, sem abrir mão do controle maior sobre as cadeias estratégicas.
A direita corporativa — aquela que aplaude qualquer medida que abra mais espaço para bancos e conglomerados privados — vai ranger os dentes. Que rujam: o que está em jogo não é golpe técnico, é a vida de milhares de trabalhadores e a capacidade do Brasil de decidir sua política econômica. Lula e o PT estão se posicionando como protagonistas de uma alternativa ativa: defender o multilateralismo, proteger a produção nacional e, sim, fortalecer o papel do Estado na economia.
O toque final? Vigilância e mobilização! Não basta anunciar R$ 30 bilhões no papel; é preciso garantir que o dinheiro chegue aos pequenos e médios, que não vire subsídio para espertalhões e que haja transparência. A luta continua: contra o imperialismo que impõe tarifas, contra a direita que quer privatizar nossa resposta e a favor de um projeto popular que ponha o Brasil de pé.