O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou tom de comando nesta sexta-feira (22), em Bogotá, ao convocar todos os países amazônicos para a COP30, que acontecerá em novembro em Belém (PA). Em meio a obras aceleradas, preços escorchantes de hospedagem e a costumeira resistência da direita entreguista, Lula pegou o microfone e disse que quer transformar o encontro em um momento de verdade e cobrança internacional — e não em mais um festival de retórica das potências ricas. É hora de colocar políticas públicas e soberania no centro do debate, e isso incomoda quem prefere privatizar até o ar que respiramos!
Pressão sobre hospedagem e diplomacia
O clima nos bastidores da organização da conferência é de tensão. Só 47 dos 196 países previstos confirmaram presença com hospedagem garantida — um número que expõe o impacto dos preços abusivos em Belém e a dificuldade de países em desenvolvimento em enviar suas delegações. A ONU e o Brasil estão em impasse sobre quem arca com mais subsídios para viabilizar a participação: a organização pede mais ajuda financeira; o governo brasileiro rejeita cobrir hospedagens com recursos públicos, enquanto estuda alternativas para evitar deixar países pobres de fora.
O governo montou uma força-tarefa técnica para pressionar por confirmações, ouvir delegações e buscar caminhos práticos — inclusive propostas para ampliar subsídios sem mexer direto no orçamento público. Enquanto isso, empresários do setor hoteleiro aprendem a transformar motéis e pousadas no novo “parque hoteleiro” da cidade: criatividade de mercado para driblar a vergonha dos preços!
“É muito importante que todos os países amazônicos estejam presentes o tempo inteiro na COP30. Eu estou fazendo convite a cada chefe de Estado de todos os países do mundo, estou mandando carta pessoal porque essa COP30 vai ser a COP da verdade,” afirmou Lula. Essa proposta de ‘COP da verdade’ é um chamado para responsabilizar os ricos que se negam a cumprir promessas antigas.
Lula também deixou claro o caráter regional e soberano da questão amazônica. “A Amazônia não é só pulmão do mundo, o coração do mundo, Amazônia é propriedade dos países amazônicos,” afirmou o presidente. E não se calou diante do cinismo internacional: “Se os países ricos não querem ajudar manter a floresta em pé, a gente vai manter floresta em pé. Vamos mostrar para eles que nós estamos agindo como gente adulta, como país sério,” disse Lula. Não é caridade: é obrigação histórica e geopolítica.
O presidente denunciou ainda que parte das potências tenta transformar o combate ao desmatamento em pretexto para protecionismo e violação de soberania — um velho truque para controlar recursos e ditar regras aos países do Sul. “Os países ricos utilizam a luta contra o desmatamento como justificativa para medidas protecionistas e usam o combate ao crime organizado como pretexto para violar soberania,” afirmou Lula.
A Cúpula dos Países Amazônicos em Bogotá reuniu representantes do Brasil, Colômbia, Bolívia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela — sinais de que há vontade política regional de enfrentar a agenda ambiental de forma soberana e integrada. Para nós, que somos da trincheira socialista, é preciso transformar essa disposição em políticas concretas: mais investimento público nas regiões, fortalecimento de estatais, ciência aplicada e cooperação entre os povos amazônicos, não negócios escusos com empresas privadas e ONG’s fachada que servem aos interesses do capital.
A COP30 em Belém pode ser um divisor de águas: ou se consolida como palco de chantagem protecionista e espetáculo midiático — como gostam os inimigos da soberania — ou vira uma grande pressão internacional para que os ricos cumpram sua parte e para que os países amazônicos assumam protagonismo. Nosso lado é claro: fortalecer o estado, defender as estatais, barrar a direita que tenta entregar a Amazônia e transformar a conferência numa trincheira de justiça climática e soberania popular. Quem for para Belém, que vá com compromisso e coragem — a luta será dura, mas necessária!
