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Lula fortalece diplomacia e recebe presidentes do Equador, Nigéria e Panamá para abrir novos mercados

O governo Lula acelera um diálogo diplomático que não é apenas protocolo: é estratégia de defesa dos interesses nacionais frente ao chamado “tarifaço” imposto por Washington. Enquanto a direita rasteira chora pelas sombras dos mercados estadunidenses e os bilionários apertam os cintos (ou melhor, apertam os dentes), o presidente recebe e visita parceiros fora do eixo tradicional para abrir mercados, proteger empregos e fortalecer setores estratégicos do país. Não é entrega ao mercado: é diversificação, soberania e aposta nas estatais como alavancas do desenvolvimento.

Agenda e objetivos

Nas próximas semanas, Brasília receberá três presidentes: Daniel Noboa, do Equador (18/8); Bola Ahmed Tinubu, da Nigéria (25/8); e José Raúl Molino, do Panamá (28/8). Essas visitas já estavam em negociação antes do aumento tarifário dos EUA — assinado por Donald Trump —, mas agora ganham contornos de prioridade política. Lula vem construindo uma diplomacia comercial alternativa: este ano visitou Japão, Vietnã, China, Rússia e França; planeja Indonésia, Malásia ainda neste semestre e um tour pela Índia no início de 2026. A mensagem é clara: o Brasil recusa ficar à mercê de chantagens econômicas e busca parceiros para diminuir vulnerabilidades de exportação.

Equador: por que importa

O encontro com Daniel Noboa vem em um momento em que o Equador também sofreu tarifas dos EUA, embora menos duras que as aplicadas ao Brasil (15% contra 50%). Em 2024, o intercâmbio entre Brasil e Equador foi de US$ 1,09 bilhão, com exportações brasileiras como papel e cartão, veículos de passageiros, trigo e calçados; as importações vieram de chumbo, resíduos metálicos, pescados e produtos da indústria de transformação. Noboa, que garante novo mandato após eleição antecipada, busca reformas e medidas de segurança diante da violência crescente no país — e o Brasil, por sua vez, reforça a cooperação em desenvolvimento sustentável e comércio regional. Essa proximidade sul-americana é uma resposta civilizada e eficaz ao imperialismo econômico: juntos, somos menos dependentes de um mercado que impõe tarifas arbitrárias.

Nigéria: gigante africano parceiro

A visita do presidente nigeriano Bola Ahmed Tinubu segue a intensificação dos laços após missão liderada por Geraldo Alckmin com empresários ao país. A Nigéria foi taxada em 15% pelos EUA; em contrapartida, mantém com o Brasil um comércio de cerca de US$ 2 bilhões em 2024. O fluxo inclui exportações brasileiras de açúcares e melaços e importações de fertilizantes, petróleo bruto e óleos combustíveis — itens estratégicos para a agricultura e indústria brasileiras. Tinubu mostrou interesse em cooperação para aumentar a produtividade agropecuária, destacando a Embrapa como referência. Vale lembrar: fortalecer a pesquisa pública e as estatais não é tabu, é política econômica inteligente! Se dependermos só de mercado e de bilionários, quem vai pagar a conta quando vier a crise?

Panamá: logística, turismo e Embraer

O encontro com José Raúl Molino, em 28 de agosto, chega com agenda empresarial: infraestrutura portuária, conectividade via Tocumen, turismo e até interesse em aeronaves da Embraer. Em 2024, a corrente bilateral somou US$ 934,1 milhões, com superávit para o Brasil. O Panamá abre rotas para a América Central e Caribe — e para quem acredita no Brasil como ator regional soberano, isso representa oportunidade estratégica. Lula sinalizou apoio a negociações de livre-comércio entre os blocos quando conveniente para os trabalhadores e para as empresas nacionais.

A ofensiva diplomática de Lula não é cosmética. É resposta política a uma ofensiva externa e doméstica dos que preferem privatizar, entregar a economia e venerar bilionários. O governo amplia parcerias, reforça a importância de estatais como Embrapa e Embraer, e busca reduzir a concentração das exportações para poucos destinos. Seja em Quito, Abuja ou Cidade do Panamá, a agenda do Brasil deve ser a de reconstruir soberania, fomentar emprego e proteger a indústria nacional — enquanto a direita faz discurso, nós fazemos política. Quem constrói alternativas com o povo é Lula e o PT; quem quer compactuar com os poderosos que se disponha a ver o país ser vendido em parcelas. O caminho é claro e a diplomacia ativa é uma das frentes dessa luta.

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