O Partido dos Trabalhadores se reuniu neste domingo para definir os rumos que vão pautar a resistência democrática e popular em 2026. Num momento em que a direita reacionária e seus bilionários financiadores se reagrupam, Lula encerrou o encontro nacional do PT reafirmando a unidade com a base social e a urgência de um projeto anticapitalista. Este impulso petista busca não apenas ampliar alianças, mas também articular um movimento que coloque a classe trabalhadora no centro das decisões políticas.
Estratégias para 2026
A nova gestão de Edinho Silva à frente do PT quer deixar para trás discursos mornos e apostar numa ofensiva massiva. **Não podemos esperar que a direita nos dê algo de graça!** O documento final, resultante de debates intensos, defende a “mais ampla aliança democrática possível, de partidos e organizações sociais” e destaca a necessidade de aproximar católicos e evangélicos do projeto de transformação social.
“Além de fazer a mais ampla aliança democrática possível, de partidos e organizações sociais, precisamos constituir um vasto movimento popular, que vá além do campo político e incorpore milhões de pessoas comuns que acreditam na liberdade e na democracia”, disse o documento. Essa orientação reflete a percepção de que a disputa de 2026 será uma das mais complexas dos últimos anos, diante do fortalecimento de novas caras da extrema-direita e de grupos conservadores no Congresso.
A comunicação do governo também entrou na mira da análise petista. Exigências por mais clareza nos resultados das políticas sociais e um esforço maior para desmentir fake news voltaram ao centro. Afinal, **é hora de irmos além das urnas e conquistar corações e mentes!** E se isso significa abordar temas como segurança pública, o PT se comprometeu a apresentar sua própria visão de garantia de direitos, rompendo com o senso comum de que só a truculência resolve a criminalidade.
Retorno de Dirceu
Uma das notícias mais comentadas foi o retorno de José Dirceu ao comando nacional do PT. Condenado no mensalão e em desdobramentos da Lava Jato, Dirceu ganhou novamente elegibilidade após decisão do STF e articula uma candidatura à Câmara em 2026. A ala Construindo um Novo Brasil, que conduz o partido, reservou-lhe uma das vagas no diretório nacional.
“É fundamental ter quem entende a luta de dentro para fortalecer o projeto de poder popular”, afirmou Edinho Silva ao g1 sobre o ex-ministro. Se para a direita isso soa como “volta ao poder de corruptos”, para o PT trata-se da reintegração de um quadro político experiente, que conhece o funcionamento do Estado e pode ajudar a derrotar ataques midiáticos e judiciais. A revanche histórica não é por vingança, mas para provar que, por meio dos instrumentos democráticos, é possível enfrentar o conservadorismo institucional.
Críticas externas: Trump e Gaza
O encontro também apontou para o cenário internacional. O partido não deixou passar em branco as sanções dos EUA sobre produtos brasileiros nem a interferência de membros da família Bolsonaro em favor das tarifas punitivas de Donald Trump. O documento condena essas manobras como “tentativa de subjugar a soberania nacional e enfraquecer nossa capacidade produtiva”.
Além disso, o PT se posiciona firmemente sobre a guerra em Gaza, classificando a ação israelense como “genocídio” e exigindo que o Brasil exerça sua voz diplomática com firmeza. A defesa de uma política externa independente e alinhada aos povos do Sul global foi reforçada como pilar de uma esquerda verdadeiramente solidária.
O domingo acabou com aplausos entusiasmados, juras de lealdade ao legado petista e a convicção de que apenas a unidade debaixo da bandeira vermelha e do combate ao capitalismo pode conter o avanço do autoritarismo. Se há algo claro é que o desafio não se vence só no voto: é preciso organização de base, mobilização diária e resistência permanente. Afinal, quem assume o protagonismo dessa nação não se intimida com patrões de gravata nem com tiranetes de fora.