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Lula na ONU: ‘Brasil deu resposta firme a autocratas após condenação de Bolsonaro’

A fala de Lula na Assembleia Geral da ONU não foi apenas um discurso diplomático — foi um recado claro para a direita golpista, para o imperialismo que pensa que pode dar ordens e para quem ainda confunde patrimônio nacional com balcão de negócios. Em Nova York, o presidente assumiu o papel que o povo brasileiro lhe conferiu: defender a democracia reconquistada, proteger a soberania e bater de frente com quem quer desmontar o Estado para entregar tudo às raposas do mercado.

Defesa da soberania

O cerne do pronunciamento foi duro e direto. “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, disse Lula, lembrando que a história do Brasil mudou quando o povo decidiu que ditadura, submissão e conivência com interesses estrangeiros não seriam mais o destino da maioria. Ele também ressaltou a gravidade histórica do processo que levou à condenação do ex-presidente: “Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou, desnudando o golpe e a impunidade que muitos clamavam proteger.

A condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão — por organização criminosa e tentativa de impedir a posse — não é espetáculo; é resposta do Estado de direito contra os que tentaram subverter as urnas e sabotar a vida democrática do país. Enquanto isso, vemos os mesmos que prometem “defender a pátria” choramingarem por privilégios e proteção internacional quando suas aventuras autoritárias têm consequências. E quando aparecem sanções dos Estados Unidos, eis a hipocrisia: o legítimo é tachado de problema e o golpista vira vítima aos olhos de quem sempre apoiou ditaduras que favorecem seus lucros.

Não aceitaremos que interesses externos e oligarquias internas ditem o futuro do Brasil! Lula deixou transparente na ONU que as medidas unilaterais contra nossas instituições e nossa economia não têm justificativa e não serão aceitas como normalidade. A reação de Washington — com sanções que atingem membros do Judiciário e do governo — só confirma que o imperialismo opera quando seus interesses são contrariados. Alguém duvida que a mesma potência que financiou golpes na América Latina não vai tentar interferir aqui também?

O presidente também criticou a manipulação das redes sociais e o uso dessas plataformas para encobrir negócios escusos. Depois do tsunami de mentiras que alimentou o bolsonarismo, regular essas plataformas não é censura: é defesa da verdade e da segurança pública. Não vamos permitir que a mentira organizada volte a comandar o país.

Ao mesmo tempo, é preciso dizer: Lula e o PT não são apenas atores no jogo eleitoral; são centrais para abrir caminho a uma etapa mais ampla de luta contra o capitalismo selvagem que vende o Brasil peça por peça. Defender estatais, frear privatizações e recompor políticas públicas são medidas imprescindíveis para garantir que soberania não seja sinônimo de exploração estrangeira e de enriquecimento de poucos.

A retórica na ONU foi firme, mas também é só o começo. O que acontece nos corredores diplomáticos reflete batalhas que teremos aqui dentro — nas ruas, nas universidades, nos conselhos e nas urnas. Aos que ainda apostam em golpes e em “falsos patriotas”: saibam que a pacificação só existe com justiça, e impunidade nunca será aceita.

O recado internacional foi lançado e a resposta nacional precisa acompanhar: organizar a base popular, defender as conquistas, fortalecer as estatais e ampliar a mobilização social. Só assim transformaremos essa vitória judicial e política em avanço real para as maiorias.

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