luta socialista

Lula participa em Nova York de ato com líderes mundiais em defesa da democracia e da soberania do Brasil

Em Nova York, sob o palco da Assembleia Geral da ONU, Lula deixou claro o que para a direita é incômodo e para a esquerda é alento: a defesa da democracia e da soberania do Brasil não é pauta de barganha! Em meio a um cenário internacional conturbado — com um presidente estadunidense que flerta com o autoritarismo e um bolsonarismo ainda atuante por aqui — o presidente petista reuniu aliados para desenhar uma frente que confronta o extremismo, a desinformação e o ódio político que crescem mundo afora. Que fique claro: não estamos tratando apenas de retórica diplomática; é o início de um rearranjo geopolítico onde o Brasil tenta recuperar protagonismo popular e multilateral.

Uma frente internacional e um recado doméstico

O encontro paralelo à Assembleia foi articulado por Lula com Gabriel Boric (Chile), Pedro Sánchez (Espanha), Gustavo Petro (Colômbia) e Yamandú Orsi (Uruguai) e tem expectativa de reunir representantes de cerca de 30 países para debater democracia, multilateralismo e maneiras de enfrentar discursos de ódio e campanhas de desinformação. Interessante ver que, diferentemente do ano passado, os Estados Unidos não foram convidados — e não por acaso. Enquanto o planeta tenta reorganizar alianças em defesa das instituições — e contra a ofensiva dos mercados e dos eternos arautos da privatização — a Casa Branca optou por ficar de fora ou simplesmente não demonstrou interesse.

Lula, no seu discurso na ONU, foi direto: “Democracia e soberania brasileiras são inegociáveis”, disse o presidente, deixando clara a posição do governo frente às tentativas de desestabilização. Ele não poupou os que se vestem de patriotas para atacar a própria nação e ainda pediu que não haja anistia para quem atentou contra as instituições. “É inaceitável qualquer agressão ao Judiciário”, completou o presidente, posicionando o país contra o negacionismo institucional e contra a tentativa de normalizar golpes e ataques antidemocráticos.

O que se joga aqui não é só uma disputa eleitoral: é a defesa do próprio significado de República! A fala de Lula serve para sacramentar que, sim, o Estado deve proteger suas estruturas contra milícias políticas e oligarquias que preferem o caos ao debate.

Enquanto isso, do lado de lá do salão, o show de vaidades continua. Donald Trump subiu à tribuna logo após Lula e, com a diplomacia pessoal que só ele tem, descreveu um encontro rápido com o brasileiro: “Ele parece um cara muito legal, ele gosta de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócios com gente de quem eu gosto. Por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química, e isso é um bom sinal”, disse o ex-presidente dos EUA. A cena rende meme, mas também exige cautela: o Itamaraty prepara cada passo, ciente de encontros anteriores que deixaram líderes estrangeiros em situações embaraçosas sob a batuta trumpista.

Não vamos confundir simpatia pessoal com alinhamento programático. Ainda que a conversa seja tratada com cuidado diplomático, o Brasil vive a maior crise bilateral em décadas — consequência, entre outras razões, da imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros como retaliação após o julgamento e condenação de Jair Bolsonaro. É evidente: interesses de mercado e vinganças geo-econômicas andam de mãos dadas com a retórica da extrema-direita.

Para nós, que militamos por um projeto popular e anticapitalista, o gesto de Lula tem dupla importância. Primeiro, reafirma que as estatais e o papel do Estado na proteção de direitos são linhas mestras inegociáveis. Segundo, é um passo político para desmantelar as redes de influência da direita que sonham privatizar tudo e entregar a riqueza do país a bilionários — muitos deles financiadores de campanhas de ódio.

A tarefa que vem pela frente não será fácil: é preciso resistir internamente às manobras golpistas e internacionalmente articular uma política externa que privilegie os povos e o multilateralismo, não as corporações. Lula e o PT aparecem, portanto, como protagonistas centrais nesta nova etapa — não só como alternativa eleitoral, mas como força de releitura anticapitalista para o Brasil. Que venham mais encontros, menos negociatas, e que a mobilização popular siga forte para garantir que a soberania e a democracia não sejam apenas palavras bonitas, mas práticas em defesa do povo.

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