O país voltou a respirar política de arrojada ofensiva: Lula não veio aqui para fazer protocolo, veio para apontar e desmantelar. Entre operações contra um esquema bilionário no setor de combustíveis, aperto nas fintechs e troca de farpas com os Bolton da política brasileira, o governo dá mostra de que está disposto a enfrentar os interesses que hoje protegem o crime organizado e a direita sorrateira. E nós, que queremos ver a direita desmontada politicamente, temos que apoiar cada iniciativa que desobstrua o caminho popular!
“A gente vai mostrar a cara de quem faz parte do crime organizado neste país e o ex-presidente [Jair Bolsonaro] que tome cuidado” — Luiz Inácio Lula da Silva. Lula comentou a megaoperação que atingiu uma quadrilha comandada pelo PCC no esquema dos combustíveis. O recado é claro: não é para enfeitar, é para identificar e responsabilizar, do “andar debaixo” ao que o próprio Haddad chama de “andar de cima”.
A ofensiva sobre as fintechs é parte dessa mesma trincheira. O governo publicou instrução normativa no Diário Oficial da União para colocar as fintechs sob regras tão rígidas quanto as dos bancos; a Receita está na cola. O governo abriu fogo contra as fintechs para tirar a máscara dos que lucram com a economia paralela. Se a direita pensava que tecnologia e mercado eram terreno livre para lavar dinheiro e patrocinar poder paralelo, que se prepare para fiscalizações e transparência!
Lula também não poupou o clã Bolsonaro. Ao ser perguntado sobre Eduardo Bolsonaro, o presidente foi taxativo: “Ele não pode exercer o mandato dele [remotamente]. Eu já falei com o presidente Hugo Motta e outros deputados de que é extremamente necessário cassar o Eduardo Bolsonaro porque ele vai passar para a história como o maior traidor da história desse país” — Luiz Inácio Lula da Silva. Ora, quem vai aos EUA para delatar o próprio país e fazer lobby contra empregos e soberania merece mesmo o repúdio. Quem trai o país, como Eduardo Bolsonaro, precisa perder o mandato e a memória histórica para sempre.
A diplomacia também entrou em modo de pressão responsável. O governo iniciou o processo que pode aplicar a Lei de Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos, depois do tal “tarifaço” sobre produtos brasileiros. Lula deixou claro que não quer espetáculo, quer diálogo — mas que está pronto para responder se necessário. “Nós já entramos com um processo na Organização Mundial do Comércio. Nós temos que dizer aos Estados Unidos que nós também temos coisas a fazer contra os Estados Unidos. Mas eu não tenho pressa, porque eu quero negociar” — Luiz Inácio Lula da Silva.
E a agenda de soberania tecnológica avança: o presidente anunciou a intenção de regular as big techs para proteger crianças, adolescentes e a própria democracia. Não se trata de ideologia contra inovação; trata-se de legislação para limitar o poder concentrado de plataformas que já fazem política econômica e cultural ao sabor dos seus lucros. “Nós vamos regular as big techs. Nós vamos regular porque queremos defender as nossas crianças e nossos adolescentes” — Luiz Inácio Lula da Silva.
Por fim, sobre o clamor por anistia de Bolsonaro antes mesmo de julgamento, Lula foi curto e direto: “Ninguém foi ainda condenado, o homem não foi nem julgado. Ele já está querendo anistia… Ele tem que primeiro provar a inocência dele” — Luiz Inácio Lula da Silva. Justiça para todos, sim — mas com responsabilidade: accountability é condição para a democracia se recompor.
A hora é de pressão política e vigilância social. Enquanto a direita chora e questiona o combate a privilégios, cabe ao movimento popular empurrar o governo para seguir firme: investigação séria, regulação contundente e defesa da soberania. Afinal, se não for agora para mostrar a cara dos que se escondem atrás de cifras e fake news, quando será?