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Lula responde a Trump: “Nenhuma empresa dos EUA será vetada no Brasil se respeitar nossa lei”

O governo Lula deu mais um passo para articular uma política industrial e digital que atraia investimentos e afirme a soberania nacional — e, ao mesmo tempo, tomou posição diante da ofensiva protecionista de Washington. Entre assinaturas de medidas e respostas diplomáticas, a disputa é tanto econômica quanto política: quem manda no Brasil? A direita, com seus bilionários e subserviência ao império, ou um projeto popular que busca proteger nosso desenvolvimento e regular gigantes digitais?

Em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente assinou uma Medida Provisória para instituir a Política Nacional de Data Centers, com incentivos fiscais para equipamentos importados e isenção sobre a exportação de serviços do setor. “Eu espero que o presidente Trump esteja ouvindo esse ato, assista esse ato ou quem for falar com ele fale com seriedade. Porque aqui nós estamos dando demonstração que não há veto a nenhuma empresa seja da origem do país que ela for que queira vir trabalhar no Brasil e produzir atendendo a legislação brasileira”, disse Lula — uma declaração direta e com recado claro aos que confundem diplomacia com intimidação internacional.

O Brasil não pode e não vai aceitar chantagens que pretendam ditar nossa política industrial ou ambiental! É preciso dizer isso alto: investimento estrangeiro é bem-vindo, desde que cumpra nossa lei, respeite nossa soberania e não venha impor modelos de saque e privatização. Lula e o PT, longe de um liberalismo de entrega, procuram moldar o setor digital para virar motor de desenvolvimento — não um terreno livre para os bilionários do Vale do Silício explorarem sem regras.

Investigação dos EUA e o tarifaço

O Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos abriu uma investigação ao abrigo da Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 — uma ferramenta unilateral que os EUA usam quando querem pressionar países. A acusação lista temas como PIX, etanol, propriedade intelectual e políticas ambientais. O governo brasileiro respondeu ponto a ponto e pediu diálogo.

“O Brasil insta o USTR a reconsiderar o início desta investigação e a iniciar um diálogo construtivo. Medidas unilaterais previstas na Seção 301 podem comprometer o sistema multilateral de comércio e ter consequências adversas para as relações bilaterais”, escreveu o governo brasileiro — uma resposta técnica, diplomática, mas com firmeza. O alerta é simples: imposições e sobretaxas não são apenas ataques econômicos, são tentativas de disciplinar politicamente países que ousam ter políticas próprias.

Não podemos esquecer o contexto: Trump já aplicou um “tarifaço” de 50% sobre vários produtos brasileiros, golpeando nosso setor exportador e buscando respostas políticas internas — porque atacar o Brasil também era falar contra decisões do Supremo que incomodaram aliados do ex-capitão e contra regras brasileiras para redes sociais. É óbvio o caráter ideológico e geopolítico desse tipo de medida.

A política de data centers

A MP assinada busca baratear investimentos em infraestrutura digital — hoje entre os custos mais altos do mundo — e desonerar equipamentos que não são fabricados aqui, além de isentar a exportação dos serviços. Data centers são o “coração digital” do século 21: quem os controla define regras, fluxo de dados e, em última instância, parte da economia. Não se trata apenas de incentivos fiscais; trata-se de colocar o Brasil na arena tecnológica com regras claras e interesses nacionais defendidos.

Queremos estatais fortes, regulação firme e tecnologia a serviço da população — não do lucro fácil dos mesmos de sempre. Essa é a linha: privatizar infraestrutura crítica ou abrir mão do controle é repetir os erros que entregaram petróleo, aviação e serviços públicos nas últimas décadas.

O desafio é grande: aprovar a MP no Congresso, enfrentar a pressão de corporações e de governos estrangeiros, e ao mesmo tempo articular um projeto de desenvolvimento tecnológico que não subordine o país aos interesses do capital internacional. Lula e o PT têm uma oportunidade histórica de empurrar esse debate para além do pragmatismo tecnocrata, transformando incentivos em política pública com caráter soberano e social. Se a direita acha que vai desgastar o governo com ameaças e tarifas, que saiba: o terreno de batalha agora é também digital e industrial — e nós não vamos recuar.

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