luta socialista

Marcos do Val desrespeita decisão do Supremo, faz live desafiando a Justiça e exibe tornozeleira eletrônica

O espetáculo de desrespeito às instituições que é o senador Marcos do Val segue em cartaz — e com pipoca paga pelo contribuinte. Apesar das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal, o parlamentar do Podemos-ES decidiu transformar uma tornozeleira eletrônica em acessório de campanha e as proibições judiciais em palanque. Resultado: live de uma hora xingando o ministro Alexandre de Moraes, exibição gratuita da pulseirinha eletrônica e a comprovação do que já se sabia: elites políticas de direita acreditam estar acima da lei.

Desobediência explícita e atitudes de provocação

O senador foi proibido de usar redes sociais direta ou indiretamente e está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica — medidas coerentes diante das acusações que pesam contra ele, incluindo obstrução de investigações e incitação ao crime. Mesmo assim, na transmissão ao vivo ele não só violou a ordem judicial como exibiu a tornozeleira como troféu. Mostrar o equipamento que monitora sua liberdade não é coragem, é desafio ao Estado de Direito. Essa exibicionismo já havia ocorrido no plenário do Senado, quando levantou a calça para que todos vissem o que o prende — literalmente.

O caso ficou ainda mais grave quando se descobriu que, no fim de julho, Marcos do Val passou 10 dias nos Estados Unidos com a família, usando passaporte diplomático, apesar de ter sido proibido de sair do país. A resposta do Supremo foi acionada: Alexandre de Moraes autorizou a Polícia Federal a atuar no aeroporto de Brasília na chegada do avião. Violar uma ordem judicial e depois se tratar como vítima é a rotina desses setores que flertam com o bolsonarismo e o autoritarismo.

Sanções e restrições: o que o Supremo determinou

As medidas impostas são duras, mas proporcionais ao risco institucional que o senador representa. Entre as restrições estão:

– Recolhimento domiciliar das 19h às 6h nos dias úteis, excetuando-se participação em sessões ou votações no Senado — para as quais terá de justificar ao STF em até 24 horas. Nos fins de semana e feriados, recolhimento integral.
– Monitoramento por tornozeleira eletrônica.
– Bloqueio de contas, investimentos, cartões, veículos, imóveis, embarcações e aeronaves. Inclui chaves PIX e ativos financeiros variados.
– Cancelamento e devolução do passaporte diplomático.
– Proibição de uso de redes sociais, direta ou por terceiros.
– Bloqueio do salário e das verbas de gabinete do parlamentar.

A Advocacia do Senado, claro, já corre para preparar recurso ao Supremo, pleiteando a liberação integral dos vencimentos e das verbas de gabinete. Não é surpresa: as instituições da velha política tendem a proteger seus pares até que o escândalo vire manchete internacional e elas mesmas sejam obrigadas a se posicionar.

Toda essa situação não nasce do nada. No ano passado, Marcos do Val passou a ser investigado por fomentar uma campanha de ataques institucionais ao STF e à Polícia Federal, chegando a divulgar dados pessoais de delegados — prática claramente destinada a intimidar e a corroer o Estado de Direito. Além disso, investigações apontam tentativas de arquitetar um plano para anular a eleição presidencial de 2022, o que revela a gravidade das movimentações antidemocráticas que parte da direita segue tentando executar.

A farsa do “herói perseguido” não cola mais. O que vemos é uma direita em desespero, que usa o poder e a impunidade para testar limites e deslegitimar instituições. Precisamos ser duros na defesa da democracia: isso significa apoiar medidas legais contra quem ataca o sistema de justiça enquanto exigimos reforma profunda nas estruturas que permitem tais abusos.

A hora é de vigilância e de mobilização popular. Não podemos permitir que a normalização do abuso e da impunidade avance. O eleitorado que quer mudança real tem que olhar para além de candidaturas e conspiradores: é preciso fortalecer partidos e movimentos que coloquem o interesse público acima dos próprios bolsos — e reconhecer que, apesar de todas as críticas, forças progressistas organizadas, como o PT sob Lula, são centrais para virar a página do autoritarismo e resgatar políticas públicas que coloquem o país a favor do povo. A luta continua, e é nossa responsabilidade garantir que a República prevaleça contra esses atos de provocação e desrespeito.

Mais notícias para você
ca668ff3-2816-424b-b8c9-85becb25484c
Entidades investigadas por descontos ilegais em aposentadorias fecham sedes e dificultam processos judiciais

As portas que deviam proteger aposentados e pensionistas foram transformadas em rotas de fuga para quem se aproveitou da fragilidade...

0eac44b4-83d9-456f-9f39-cf2b3539294b
Orçamento 2026: Governo aposta em aumento de impostos para fechar contas e enfrenta resistência do setor produtivo

A Medida Provisória 1.303, editada por Lula para recompor receitas em 2026, entrou em cena como remédio amargo numa economia...

eb3cebf7-3c72-411f-80b0-5b35b599cb3c
Plano Real da Segurança: A Nova Estratégia do Governo Lula Contra as Facções Criminosas

O governo Lula joga pesado na ofensiva contra as facções criminosas com o que já chamam, em tom ambicioso, de...