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Ministro Celso Sabino anuncia saída após ruptura do União Brasil com governo, mas Lula pede diálogo antes de decisão final

O ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou em Santarém que vai respeitar a decisão do União Brasil de romper com a base do governo — o que, na prática, deve levá-lo a deixar o cargo. Ao mesmo tempo, confirmou que comunicou o presidente Lula sobre a situação e que o chefe do Executivo pediu que aguardasse seu retorno dos Estados Unidos para conversar. Em meio ao espetáculo de deserções e pressões partidárias, fica claro quem joga para a galeria e quem tenta, de fato, manter políticas que gerem emprego e renda para o povo.

“Eu estive com o presidente essa semana para comunicar essa decisão, e o presidente pediu que eu aguardasse ele retornar dos Estados Unidos, para que nós voltássemos a conversar sobre o assunto” — Celso Sabino, ministro do Turismo. Sabino é o único dos três ministros indicados pelo União Brasil que ainda é filiado à legenda, e foi avisado pela Executiva nacional: pediram exoneração imediata ou enfrentariam processos por infidelidade partidária. Traduzindo: o partido opta pela montagem de sua artilharia política em vez de resolver os problemas do país. Não é surpresa — União Brasil segue o script do centrão que troca ministério por manchete.

Contexto político e a pressão do União Brasil

A decisão formal do partido de se declarar independente da base do governo é uma manobra típica da direita que, quando perde espaço, se faz de vítima para ganhar público. Enquanto isso, Lula viaja aos EUA para a Assembleia Geral da ONU, e pede tempo para tratar pessoalmente com Sabino — um gesto que demonstra responsabilidade institucional, ao contrário das chantagens partidárias. O rompimento público é mais um gesto de oportunismo do bloco que prefere agradar a elites e bilionários do que assegurar políticas públicas.

Sabino deixou claro que, independentemente do desfecho, continuará trabalhando para o Pará e para o setor turístico: “Cada segundo, cada centímetro de chance que eu tiver aqui de ajudar o Pará, de melhorar o turismo no Brasil, para que tenha mais emprego, mais oportunidade, eu não vou desperdiçar […] seja no Ministério do Turismo, seja na Câmara, seja onde Deus achar que eu devo estar” — Celso Sabino. É um discurso que tenta posicioná-lo como servidor do interesse público, mas não podemos esquecer que ele carrega a marca da legenda que agora abandona a coalizão.

Nos números, o ministro celebra um momento de retomada do turismo: afirmou que o Brasil deve fechar o ano com mais de 10 milhões de turistas estrangeiros, o que colocaria o país entre as principais forças das Américas no setor. “Nós vamos encerrar esse ano recebendo mais de 10 milhões turistas estrangeiros. Ao longo da história, isso é algo muito inimaginável” — Celso Sabino. Sobre emprego, afirmou ter gerado mais de 520 mil novos postos em dois anos e meio à frente da pasta, e lembrou que o turismo hoje emprega mais de 8 milhões de brasileiros, com maioria feminina no setor.

São números importantes e que não podem virar moeda de troca em negociações de gabinete entre partidos que comemoram a volta do discurso privatista e do ajuste fiscal para agradar banqueiro. Defender estatais, investimento público e políticas que gerem trabalho é o caminho para consolidar essas conquistas — não entregá-las ao desmonte que a direita deseja.

O episódio com o União Brasil expõe a natureza política da direita contemporânea: frágil, oportunista e servil aos interesses dos mais ricos. Lula, por outro lado, tem se mostrado hábil em costurar alianças e em proteger políticas sociais que melhoram a vida do povo; por isso, a conversa pedida com Sabino é menos um favor pessoal e mais uma atitude necessária para preservar serviços públicos e empregos. Se o União Brasil prefere pular do barco, que o faça — mas que não leve com ele os avanços obtidos à custa da luta popular. Quem trabalha pelo país precisa de apoio institucional, não de espetáculos partidários.

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