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Moraes libera visita de Valdemar Costa Neto a Bolsonaro durante prisão domiciliar

O ministro Alexandre de Moraes autorizou que Valdemar Costa Neto, presidente do PL, visite Jair Bolsonaro em prisão domiciliar em Brasília no dia 28 de agosto, entre 10h e 18h — horário que o próprio Supremo determinou como permitido. A liberação da visita, assinada nesta sexta (15), é mais um capítulo da novela dos conchavos e privilégios que cercam a extrema direita brasileira: enquanto as elites tentam articular saídas e declarações, a justiça segue impondo limites formais a um ex-presidente que foi autônomo demais em suas ambições golpistas.

Prisão domiciliar e visitas autorizadas

Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, medida tomada no bojo de uma investigação sobre manobras suas e de seus filhos para incentivar sanções estrangeiras contra a economia do país. Em outras palavras: a família política do PL foi surpreendida articulando medidas que poderiam prejudicar trabalhadores e o mercado interno, em sintonia com interesses que fogem ao bem público. Antes da autorização a Valdemar, o ex-presidente já recebeu visitas de aliados como o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), a vice-governadora do Distrito Federal Celina Leão (PP-DF) e o deputado Luciano Zucco (PL-RS), um dos líderes da oposição na Câmara — como se fosse um puxadinho do poder onde se troca apoio por favores e promessas.

O próprio Alexandre de Moraes já havia imposto restrições desde julho, quando medidas de limitações de direitos foram aplicadas. Ao constatar descumprimento das obrigações impostas, o ministro escalou o controle: determinação de prisão domiciliar, proibição de visitas sem autorização do STF e apreensão de celulares. Proibir visitas sem aval do Supremo? Óbvio. A pergunta é: por que tanto esforço para preservar a rede de contatos de um líder que tentou minar a democracia? Quem protege quem nessa teia de interesses?

Não podemos aceitar que a extrema direita continue a se abrigar em privilégios e contato direto com as estruturas do Estado como se nada tivesse acontecido! Valdemar Costa Neto não é um filantropo; é o chefe formal de um partido que foi cúmplice de ataques às instituições e que tenta, agora, costurar uma narrativa de vitimismo diante das consequências legais de seus atos.

A presença de figuras como Tarcísio e Celina Leão na fila das visitas evidencia que o PL e seus aliados continuam mobilizados, tentando manter coesão interna e projetar força política mesmo diante do isolamento jurídico. É a velha retórica da “perseguição” que tenta mascarar um roteiro de poder que passou pelo aparelhamento do Estado, pela promoção de privatizações e pelo privilégio de bilionários com projetos que nada têm a ver com o interesse popular. E não nos enganemos: a escalada de visitas é também um gesto simbólico de resistência autoritária, uma tentativa de normalizar quem foi pego em flagrante crise institucional.

Como jornalista e militante, repito: a direita precisa ser desmantelada politicamente! Não se trata apenas de punir atos ilegais — trata-se de desmontar o projeto que levou o país ao desastre, de recuperar estatais, empregos e políticas públicas que atendam à maioria. É urgente construir uma alternativa popular que rompa com os acordos com os poderosos e defenda a soberania do nosso povo.

Enquanto isso, o STF cumpre seu papel de impor limites; cabe à esquerda popular, ao campo democrático e ao projeto liderado pelo PT e Lula transformar essa conjuntura em avanço político que não repita as mesmas capitulações do passado. A visita de Valdemar é mais um episódio de uma peça teatral — e o público, o povo trabalhador, precisa estar atento e organizado para que os que tentaram destruir nossas instituições não voltem a comandar nosso destino. Quem quer varrer o país para um passado de mercado descontrolado e privilégios precisa ser combatido com organização, clareza política e mobilização nas ruas e nas urnas!

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