luta socialista

Moraes recebe humorista ‘advogado do Xandão’ e brinca sobre precisar se defender nos EUA

O encontro entre o ministro Alexandre de Moraes e o humorista Mizael Silva no Supremo Tribunal Federal virou, como tudo no Brasil de hoje, mistura de teatro, piada e guerra política. Em plena quarta-feira (13), Moraes recebeu Mizael — conhecido por brincar nos vídeos dizendo que é “o advogado do ministro” — e ainda fez gracejo sobre precisar falar inglês para “se defender nos Estados Unidos”. O episódio, aparentemente trivial, escancara as contradições de um país onde instituições centrais são transformadas em palcos de espetáculo enquanto decisões geopolíticas reais repercutem em medidas como sanções e restrições de vistos.

“Você fala inglês? Para me defender nos Estados Unidos”, disse o ministro Alexandre de Moraes. E, do outro lado, “Eu sou advogado do ministro”, costuma dizer o humorista Mizael Silva. A brincadeira funciona, claro, como propaganda: humaniza o poder, mascara tensões e tenta normalizar uma rotina em que magistrados são alvos de campanhas e retaliações internacionais. Mas não nos enganemos — a graça tem fundo amargo. Moraes e outros integrantes do STF foram afetados pela lei Magnitsky sancionada pelo governo de Donald Trump e tiveram vistos de entrada nos EUA suspensos. Isso não é piada; é consequência de escolhas políticas e de uma escalada de conflito entre parlapatões e potências.

Show midiático e clima de confronto

O riso nas redes, com Mizael fazendo graça e seguidores curtindo a cena, serve de verniz. Mas por trás do “momento humor” estão questões sérias: como proteger a soberania e a independência das instituições frente a pressões externas? Como responder a tentativas de judicialização da política sem deslegitimar o próprio Judiciário? E, sobretudo, como transformar esse desgaste em projeto de luta popular, não em espetáculo para consumo da direita ou em autopromoção?

Não podemos aceitar que a vida institucional vire cabaré para consumo das classes dominantes e seus bufões midiáticos! A direita, com sua vocação autoritária, adora reduzir tudo a memes e conspirações; Bolsonaro e seus acólitos viram personagens centrais nesse teatro do absurdo, e agora tentam surfar a onda anti-institucional para desarticular qualquer alternativa progressista. É por isso que a reação popular não pode ser só crítica teatral: precisa ser programática, organizada e orientada por projeto anticapitalista real.

O episódio também lembra que o Brasil está no centro de contradições internacionais: sanções, vetos e pressões não caem do céu — são reflexo de alianças e escolhas políticas nacionais. Defender nossas estatais, recompor a soberania e resistir às privatizações que os bilionários de direita desejam é, hoje, tarefa estratégica. Não se trata apenas de criticar um encontro no STF ou de rir de um meme; trata-se de disputar hegemonia política e construir uma alternativa popular que não dependa de golpes midiáticos nem de concessões ao capital internacional.

Enquanto alguns trocam o país por likes, precisamos unir organização, programa e luta nas ruas! Lula e o PT, para nós, não são apenas opções eleitorais: representam uma centralidade na construção de um novo ciclo de luta anticapitalista no Brasil, um ponto de partida para retomar políticas públicas, recompor a soberania e enfrentar os tentáculos da direita. Não vamos naturalizar piadas que escondem sangrias reais de poder.

No fim das contas, o encontro entre Moraes e Mizael é sintoma — e alerta. Sintoma de uma sociedade em que instituições viram palco e as grandes decisões se tomam entre bastidores internacionais; alerta para a necessidade de responder com organização popular, firmeza política e clareza de projeto. Rir é legítimo, claro — desde que, depois do riso, a gente levante e lute de verdade. Quem quer derrubar a direita sabe: é hora de transformar indignação em plano e plano em luta.

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