O país vive um daqueles momentos em que a verdadeira cara dos golpistas e seus padrinhos fica exposta à luz do dia. Enquanto a Primeira Turma do Supremo avalia se condena Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe — como bem aponta a denúncia da Procuradoria-Geral da República — o ex-capitão tenta costurar perdões e enviar seu clã ao exterior para patrocinar intrigas contra o Brasil. É hora de apontar responsabilizações, mas também de reafirmar que a luta democrática será com firmeza e sem hesitações!
“Nós estamos vivendo momento delicado no Brasil. Você está vendo brasileiro, que foi candidato eleito pelo povo brasileiro, que cometeu as burrices que cometeu, que sabe que cometeu, que está sendo julgado e que mandou o filho para os Estados Unidos pedir para o governo Trump taxar o Brasil”, disse Lula em Manaus, durante o lançamento do Programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais. O que Lula descreveu não é exagero retórico: é o retrato de uma família política que colocou o país à venda e agora tenta usar lobby internacional como escudo. Eduardo Bolsonaro saiu do Brasil não para fazer turismo: foi para tramar contra as instituições brasileiras.
A denúncia da PGR é clara: Bolsonaro é apontado como líder de uma organização criminosa que tentou subverter a democracia para impedir a posse de Lula entre o fim de 2022 e o início de 2023. Dois ministros já votaram pela condenação — Alexandre de Moraes e Flávio Dino — e a sequência do julgamento promete confirmar a gravidade dos fatos. Enquanto isso, no Congresso, aliados do ex-presidente tentam costurar uma anistia preventiva, como se impunidade fosse remédio para o descalabro. Que piada de mau gosto!
Não há crime sem consequência: a democracia não aceita atalho de quem tentou fechá-la. Lula deixou isso claro ao rebater a campanha por perdões imediatos: “Essa gente está sendo julgada pelos desmazelos que fez. Não adianta ficar pedindo anistia, ele nem foi condenado ainda. Em vez de ficar se defendendo, já tá pedindo anistia. Quando me prenderam, eu poderia ter saído do Brasil. Eu preferi ir pra PF”, disse Lula, provocando a plateia — que respondeu com um sonoro “sem anistia”.
A ofensiva da direita não se limita ao populismo doméstico: há tentativas claras de envolver potências estrangeiras. Bolsonaro e seu clã, espezinhados pelas derrotas eleitorais, recorrem ao velho jogo de pedir socorro exterior para manter suas benesses. Não à toa, veio a declaração alarmante da Casa Branca, que cheira a ingerência.
Ameaças de Trump
“O governo dos EUA está disposto a ‘usar meios militares’ para ‘proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo'”, disse Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca. Traduzindo: uma ameaça velada que respira imperialismo e desrespeito à soberania. Lula reagiu com firmeza — e com razão — lembrando que o Brasil já fez sua independência e que não precisa de lições ou de intervenção militar travestida de defesa de valores que nunca respeitaram aqui. Não aceitaremos bedelhos e nem imposições de fora!
A resistência democrática precisa combinar firmeza institucional e mobilização popular. Defender o STF quando ele atua contra quem tentou dar um golpe é defender o povo, não privilégios. Rechaçar a anistia aos golpistas é também proteger os direitos sociais que foram alvo das políticas neoliberais que esses mesmos grupos defendem — privatizações, desmonte de estatais e entrega do patrimônio nacional às mãos de bilionários amigos.
O momento é delicado — e é justamente por isso que a esquerda tem de se levantar mais forte, mais unida e mais clara em suas propostas. Lula e o PT não são apenas uma alternativa eleitoral; são peças centrais na construção de um projeto popular que enfrente os interesses do capital financeiro e reconstrua o Brasil com soberania, empregos, estatais fortes e serviço público de qualidade. A luta não é só jurídica: é política, social e cultural. Vamos exigir justiça para os responsáveis pelo ataque às instituições e continuar mobilizados para que o país siga em rumo democrático e soberano. Quem atentou contra a democracia que responda — e que o povo decida o futuro, com cabeça erguida e mãos na massa!