A Polícia Federal acaba de dar mais um passo no enfrentamento ao bolsonarismo: Paulo Figueiredo, neto do último general-presidente da ditadura, João Figueiredo, foi oficialmente incluído no inquérito que apura a atuação de Eduardo Bolsonaro contra os interesses nacionais nos Estados Unidos. Radicado há anos em solo ianque, Paulo se notabilizou pelas lives inflamadas e pela defesa escancarada do clã de extrema-direita, mas agora carimba seu passaporte de volta ao Brasil dos tribunais.
Investigações, crimes e provas
O magistrado Alexandre de Moraes, do STF, aponta três crimes no rol das acusações contra Paulo Figueiredo: coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Esses delitos não são mera retórica jurídica, mas reflexo de uma estratégia golpista bem arquitetada por quem acredita que cercar cortes, deslegitimar instituições e impor sanções econômicas a seus desafetos é “jogo político”. Não se trata de bravata: a intimidação às investigações corre em paralelo às ameaças diretas ao Supremo e ao Legislativo!
Fontes internas da Polícia Federal revelam que a inclusão de Paulo no inquérito era, nas palavras de um agente, “inevitável”. Documentos e vídeos postados diariamente por ele e por Eduardo Bolsonaro estão servindo de troféus para a acusação, já que exibem, sem qualquer pudor, o conluio entre familiares, milicianos e operadores estrangeiros. Cada live, cada tuíte mais agressivo ao STF reforça as provas públicas de uma organização empenhada em minar a soberania nacional.
Alinhamento com o trumpismo e sanções cross-border
A ousadia do clã não ficou restrita ao Brasil. Paulo Figueiredo protagonizou articulações com o governo Trump, culminando na famigerada ordem executiva que sancionou o ministro Alexandre de Moraes – acusando-o, sem provas concretas, de violar direitos humanos de cidadãos americanos. Curioso como defendem “liberdade” quando lhes convém, mas passaram dias em motociata contra vacinas e instituições! É esse mesmo alinhamento obsceno que escalou o conflito em torno das sanções ao Brasil, penalizando produtores e trabalhadores.
Além disso, a investigação sobre Paulo Figueiredo impulsionou a decisão de Alexandre de Moraes de colocar tornozeleira eletrônica em Jair Bolsonaro, o patriarca do golpe de 8 de janeiro. A conexão entre as tentativas de intimidação ao STF e o suposto planejamento de golpes de Estado fica mais clara a cada nova etapa da apuração.
O histórico de confrontos com o Supremo não é novidade para o neto do coronel: em 2022, suas redes sociais, bens e passaporte foram bloqueados por determinação de Moraes. Ele foi apontado como um dos propagadores de fake news e ataques diretos às instituições democráticas. Agora, com o inquérito em curso e a denúncia da PGR já protocolada no STF, o cerco jurídico se fecha sobre aqueles que sonham em reviver o arbítrio militar de outrora.
A investigação faz parte do mesmo esforço que desencadeou operações da PF contra generais, ex-ministros e assessores do governo Bolsonaro, todos suspeitos de conspirar contra a ordem constitucional após a derrota nas urnas de 2022. O que estamos vendo, portanto, não é simples retaliação política: é a resposta institucional a um projeto de poder autoritário que se organiza para destruir a democracia.
O caso de Paulo Figueiredo escancara como a ultradireita brasileira, mesmo derrotada nas eleições, segue atuando em redes internacionais de influência para enfraquecer o país. Mas se há algo positivo neste momento de perseguições e revelações, é o embate claro entre duas matrizes de poder: de um lado, a pretensão bolsonarista de instituir um regime de exceção; de outro, a resistência popular e institucional que, sob a liderança de Lula e do PT, busca erguer um novo ciclo de lutas em torno da soberania nacional e dos direitos sociais.
Mais do que nunca, é fundamental manter os olhos abertos e a mobilização acesa! A luta anticapitalista que se avizinha não se limita ao voto, mas passa pela defesa intransigente das estatais, pelo combate aos bilionários e pela construção de um projeto popular que venha a dar outra cara ao Brasil. Afinal, quem teme a verdade e a justiça, apela para o autoritarismo – e agora está pintando a cara diante de todos nós.