O procurador-geral da República, Paulo Gonet, entrou na roda para defender o óbvio: o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em trama golpista e condenado ao regime de prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, precisa ter seu monitoramento policial ampliado. Não se trata de perseguição ideológica — trata-se de proteção da democracia contra aqueles que a atacaram! Enquanto a extrema-direita tenta transformar impunidade em ritual, instituições sérias cumprem seu papel para evitar mais danos ao país.
Monitoramento e risco de fuga
Gonet pediu ao Supremo que recomende “formalmente à Polícia que destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas”. “formalmente à Polícia que destaque equipes de prontidão em tempo integral para que se efetue o monitoramento em tempo real das medidas de cautela adotadas” — Paulo Gonet. Mas, calma lá, senhores liberais do sofá: o próprio procurador deixou claro que as ações não devem violar a intimidade domiciliar do réu nem perturbar os vizinhos. “as medidas não devem ser ‘intrusivas da esfera domiciliar do réu, nem que sejam perturbadores das suas relações de vizinhança’” — Paulo Gonet. Ou seja: monitoramento firme, dentro da lei — o que é diferente de caça às bruxas.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, levou ao Supremo um ofício do líder do PT, Lindbergh Farias, apontando risco concreto de fuga de Bolsonaro, inclusive com possibilidade de tentativa de asilo na Embaixada dos Estados Unidos, situada a cerca de dez minutos do seu domicílio em Brasília. “repassou os dados para conhecimento e tomada de providências pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal” — Andrei Rodrigues. É quase uma cena de cinema: o fugitivo a dois quarteirões da porta de embarque, contando com a boa vontade de governos estrangeiros amigos do atraso. Ridículo? Sim. Perigoso? Muito.
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, cobrou posicionamento da PGR em prazo curtíssimo — cinco dias — e também determinou manifestação sobre supostas violações das cautelares, como uso de redes sociais e uma minuta encontrada no celular de Bolsonaro sobre pedido de asilo à Argentina. A defesa nega as violações; a PGR, por ora, avalia se pede medidas mais restritivas. Interlocutores de Gonet acham, com alguma prudência, que nada deve mudar até o julgamento previsto para 2 de setembro. Mas prudência não é sinônimo de leniência. Não podemos permitir que os mandantes do ataque à democracia fujam da justiça!
Enquanto isso, os bolsonaristas continuam a fazer seu show de pirotecnia verbal — berrando contra o “viés político” da Justiça, como se golpear instituições fosse um hobby legítimo. Não é. E não deve ser tolerado. O clamor pela manutenção da ordem jurídica vem justamente de quem quer consolidar a democracia e punir os responsáveis pelos crimes antidemocráticos. O Estado deve agir com firmeza, mas com respeito às garantias legais — porque quem defende a Constituição não pode virar a Constituição em arma de vingança seletiva.
O episódio é, mais uma vez, a prova de que a direita golpista não respeita limites; tenta burlar as regras quando lhe convém. O PT e as forças populares têm papel central neste momento: garantir que o combate à impunidade não se transforme em caça política, mas também que não vire passe livre para ex-presidentes golpistas. Vigilância rígida, mas dentro da lei — é assim que desmontamos a impunidade.
A guinada é clara: ou a sociedade e suas instituições mantêm a guarda acesa, ou o bolsonarismo volta a achar que liberdade significa ausência de consequências. Que fique registrado: defender o monitoramento adequado não é perseguição ideológica — é defesa da democracia. E se a direita insiste em confundir bagunça com liberdade, que pague o preço de suas ações perante a lei e o povo.