Vivemos uma etapa decisiva da política brasileira: enquanto a direita tenta desesperadamente se recompor com seus milionários e fake news, o PT trabalha para montar um tabuleiro que garanta não apenas a reeleição de Lula, mas a consolidação de um projeto popular que avance na luta contra as privatizações e o poder dos bilionários. Nesse cenário, a declaração do presidente nacional do PT, Edinho Silva, sobre a possível candidatura de Fernando Haddad em São Paulo em 2026 acendeu o alerta — e a esperança — entre quem quer derrotar de vez o bolsonarismo e suas ramificações.
“Nossas principais lideranças terão que cumprir papel eleitoral. Nossas lideranças sabem disso”, disse Edinho Silva logo após a eleição da nova Executiva Nacional do PT. A mensagem é clara: não haverá acomodação. É hora de ocupar palanques, ruas e corações — e não de entregar o jogo para a direita. Edinho reforçou ainda: “Não fizemos conversas específicas, mas não tenho nenhuma dúvida que não só o ministro Fernando Haddad, mas todas as lideranças terão que ter missão eleitoral em 2026”, deixando explícita a intenção de transformar o maior colégio eleitoral do país em um palco decisivo para a campanha presidencial de Lula.
Haddad, por sua vez, tem repetido que não será candidato no ano que vem. Mas, como todo militante sabe, a política é feita de estratégias coletivas e de sacrifícios individuais. Internamente, o PT olha com bastante atenção para duas hipóteses em São Paulo: Haddad na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ou na briga por uma vaga ao Senado. Além disso, Edinho tem trabalhado para um palanque robusto para Lula no estado, que pode envolver até o lançamento do vice-presidente Geraldo Alckmin como candidato a governador — uma aliança pragmática que visa derrotar a extrema-direita e as forças neoliberais que querem desmontar nossas estatais.
O que está em jogo em São Paulo
São Paulo não é apenas um estado; é o epicentro da disputa política e ideológica no Brasil. Quem controla a narrativa e os palanques aqui tem vantagem nacional. Perder o debate paulista seria dar um respiro fatal para aqueles que querem entregar nossos serviços públicos ao setor privado e concretizar a agenda dos bilionários. Por isso, a movimentação do PT é estratégica: unificar lideranças, articular apoios e garantir que Lula participe do processo decisório. Como disse Edinho, “É impossível o candidato [à presidência] não participar da discussão da construção das alianças”, e o próprio presidente terá palavra final quando os cenários estiverem prontos.
Não é hora para hesitações românticas nem vaidades pessoais. O país precisa de uma frente ampla que proteja as conquistas sociais, retome o investimento público e enfrente a ganância dos que lucram com o desmonte do Estado. Se Haddad aceitar a missão, estará assumindo um papel central na batalha por São Paulo — e, por extensão, pela reeleição de Lula e pela continuidade de políticas públicas que atendem ao povo.
E Lula, sempre com sua mistura de provocação e firmeza, já avisou o que significa enfrentar as elites: “se três mandatos ‘incomodaram muito’, imagina o quarto”. A provocação é política e concreta: a direita treme diante da perspectiva de seguir sendo derrotada nas urnas e nas ruas.
A tarefa, portanto, é dupla: fechar fileiras dentro do campo democrático-popular e derrubar politicamente a direita que insiste em prosperar com ódio e retrocesso. Precisamos de candidaturas que contem com a experiência, a coragem e a capacidade de diálogo das nossas lideranças. Haddad pode ser uma dessas peças decisivas. Que ele, Lula e o PT estejam à altura do desafio — e que a militância não se deixe distrair por narrativas vazias. A luta continua, e é hora de mostrar nas urnas que o Brasil tem projeto próprio, anticapitalista na defesa do povo e do Estado, e que não aceita mais entregar seu futuro aos mesmos de sempre.