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Quem são os 19% de brasileiros que aprovam o tarifaço de Trump, segundo pesquisa Quaest

Desde quando um presidente dos EUA decidiu regular o fluxo de mercadorias brasileiras como se estivéssemos em um mercado de pulgas? Donald Trump, no seu estilo de carrasco econômico, empurrou para 6 de agosto uma tarifa de 50% sobre nossas exportações, deixando claro que não há espaço para independência no tabuleiro global. Enquanto 72% dos brasileiros se revoltaram contra a medida, uma parcela minoritária — mas expressiva — ainda acha que o calote econômico estadunidense é “justo”. Como entender tamanha contradição?

O ataque disfarçado de exceções

Apesar do susto inicial, Trump foi obrigado a recuar um pouco e excluir quase 700 itens do “tarifaço”. Mas não se engane: café e carne, dois pilares da nossa economia e do bolso de milhões de trabalhadores do campo, continuam na linha de tiro. O imperialismo trumpista não perdoa quem resiste ao neoliberalismo brasileiro! É o típico jogo de “paciência”: tira aqui, põe ali, mas mantém o estrangulamento geral quando convém.

A Quaest detalha que 79% dos brasileiros acham que essa guerra de tarifas vai pesar no seu dia a dia. A conta não fecha para quem vive de salário, paga aluguel e enfrenta desemprego disfarçado de “empreendedorismo forçado”. O recado do Tio Sam é claro: ou seguimos engolindo privatizações e desmonte das estatais, ou sofreremos as consequências.

Quem bate palmas para Trump?

Se você pensa que a adesão ao massacre econômico é uniforme, prepare-se para o choque. A pesquisa mostra que o bolsonarismo, sempre disposto a lamber as botas do gringo, está no topo do apoio: 42% dos simpatizantes de Jair Bolsonaro acham a tarifa certa. Em seguida vêm os “direitistas não-bolsonaristas” com 40%. Ora, se era para ser contra a “interferência externa”, não deveriam aplaudir o próprio calote?

Veja os números por perfil:
– Gênero: 25% dos homens apoiam a medida, crendo em alguma suposta “perseguição política” a Bolsonaro; entre as mulheres, 14% seguem a legenda trumpista.
– Renda: 25% dos que ganham mais de cinco salários mínimos endossam o tarifaço, enquanto apenas 15% dos que ganham até dois salários mínimos compartilham dessa sanha imperial.
– Voto em 2022: 41% dos que colocaram a cruz em Bolsonaro no segundo turno aplaudem o novo imposto gringo; entre quem votou em Lula, só 6% são favoráveis.

Como se não bastasse, 10% dos que dizem não ter posicionamento político — esses apáticos de sempre — também acham “coerente” cobrar 50% do nosso pão de cada dia. Não há honra em aplaudir os punhos de ferro do Tio Sam contra o povo trabalhador.

O estudo reforça que os lulistas e petistas somam apenas 9% de apoio ao tarifaço, e a esquerda não petista, míseros 2%. Está provado: quem defende interesses nacionais e estatais só tem vez quando o dólar sobe, mas sai de cena quando o inimigo é o capital concentrado.

Por trás dos gráficos, fica claro o jogo de cena: a direita brasileira continua sendo fiel escudeira do imperialismo econômico, reproduzindo a velha máxima de que privatizar e rasgar direitos sempre foi mais importante do que garantir empregos e soberania. Enquanto isso, a classe trabalhadora sofre o efeito cascata do desemprego e do aumento de preços.

Só resta ao povo uma saída: mobilizar-se em defesa das estatais, barrar medidas neoliberais e pressionar o governo para reagir com dignidade. Não podemos aceitar que o Brasil seja refém de sanções que só beneficiam os barões americanos. A hora é de luta, de unidade e de denunciar quem vende nossa pátria por migalhas. A resistência popular é o único antídoto para o “tarifaço” e para todo avanço reacionário que insiste em nos derrotar.

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