luta socialista

Reforma na Sala da Primeira Turma do STF precede julgamento histórico da trama golpista

A cena está montada: a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal passa por uma reforma às vésperas do julgamento da trama golpista encabeçada por Jair Bolsonaro e seus comparsas. Reforma no dia certo, imprensa lotando espaços, reforço policial e um país em alerta máximo — não é cena de filme, é o Brasil de hoje, onde a direita radical tenta manter-se viva às custas de mentiras e ataques às instituições. Quem esperava que a limpeza do cabeamento e a troca de microfones significassem amenização do conflito está enganado; trata-se de preparação para um momento histórico e de tensão política sem precedentes.

Estrutura, público e teatro midiático

Segundo apuração, a intervenção na sala já estava prevista para julho e, segundo o próprio STF, não tem conexão com o calendário do julgamento — isto é o que nos dizem as notas oficiais. “A reforma já estava prevista anteriormente e não tem ligação com o julgamento”, disse o STF. Enquanto isso, a Procuradoria-Geral da República acusa que Bolsonaro e sete ex-auxiliares formaram uma organização criminosa com objetivo de mantê-lo no poder e impedir a posse do presidente Lula; os réus negam tudo no interrogatório e acusam a PGR de injustiça. Na prática, a sala ganhou câmeras melhores, áudio aprimorado e um aparato que deve aguentar a pressão de dezenas de sessões e de 501 jornalistas acreditando em seu ofício — além de 3.357 pessoas inscritas para acompanhar as sessões.

Este julgamento não é um mero capítulo jurídico: é o confronto entre um projeto democrático-popular e o populismo autoritário que tentou rasgar a Constituição. Não é exagero: o país vai testemunhar debates que podem selar responsabilidades e impedir que os golpistas reescrevam sua própria história com narrativas de vítima.

Reforço na segurança

O STF afirma que haverá policiamento ostensivo e, na prática, a Praça dos Três Poderes será isolada pela Polícia Militar do DF. No primeiro dia do julgamento, a tropa de choque, o BOPE e o Comando de Operações Táticas estarão nas imediações — com varredura canina e inspeção com detectores de metais nos acessos. Ninguém pretende transformar o tribunal em aeroporto, mas é óbvio que se prepara para enfrentar hordas de provocadores e tentativas de intimidação. Essa mobilização mostra que a Corte sabe da gravidade: não se trata apenas de um processo, é proteção da própria democracia.

No calor dessas semanas, as tensões extrapolam o país. O presidente Lula denunciou relacionamentos perigosos e ações que beiram a traição quando figuras da extrema-direita buscam apoio externo: “Eduardo Bolsonaro comete traição à pátria ao estimular, nos Estados Unidos, retaliações do governo daquele país ao Brasil em razão do julgamento.” — presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E não é só blá-blá: o governo dos EUA chegou a aplicar tarifas e sanções, numa mistura de chantagem e alinhamento com setores que se beneficiam do caos. “A decisão de aplicar tarifas de 50% a produtos brasileiros foi associada ao julgamento de Bolsonaro, que, segundo Trump, é uma ‘caça às bruxas’.” — Donald Trump.

Do outro lado do mundo, a capa da The Economist fez o elogio audacioso: “O Brasil, ao julgar a tentativa de golpe, está dando uma lição aos Estados Unidos.” — The Economist. Uma afirmação que fere o orgulho das oligarquias e enche de razão aqueles que defendem instituições e soberania contra interferências.

O julgamento acontecerá nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. Alexandre de Moraes é relator; os ministros da Primeira Turma terão papel central em decidir sobre acusações graves. Lula e o PT, que muitos acusam de mero eleitoralismo, aparecem aqui como força que não se curva: são protagonistas de uma etapa nova de luta política pela justiça social e defesa do país contra o capital e a extrema-direita.

A direita raivosa pode espernear, mobilizar seguidores e acionar diplomacias amigas, mas quando as instituições se fortalecem e milhões de trabalhadores e trabalhadoras permanecem atentos, a derrota do golpismo se encaminha. É hora de vigiar, debater e lutar — porque a democracia exige mais que fórmulas vazias: exige comprometimento popular e judiciário firme contra quem tentou rasgar a Constituição. Quem pensa que a chaga do autoritarismo será curada sem enfrentamento está muito enganado!

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