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Rumo a 2026: Lula reúne Gilberto Kassab e líderes do PSD em almoço estratégico no Alvorada

No Palácio da Alvorada, Lula recebeu Gilberto Kassab, presidente do PSD, para um almoço que revelou muito mais do que um simples encontro diplomático: foi um verdadeiro movimento de xadrez em busca de força política para 2026. Enquanto a direita treme diante do avanço popular, o presidente mostra disposição em abarcar toda a legenda que se disponha a estender o tapete vermelho ao projeto petista.

O Encontro de Poder

Na mesa, além de Lula e Kassab, sentaram-se Gleisi Hoffmann, Antonio Brito, Otto Alencar e três ministros do PSD: André de Paula, Alexandre Silveira e Carlos Fávaro. “O principal tema foi o apoio que o PSD tem dado ao governo na Câmara e no Senado,” disse um dos presentes, sem esconder que ninguém chegou cobrando favores. Afinal, em tempos de crise mundial, recursos públicos seguem como moeda de troca para quem se sente útil ao Planalto. Não houve cobranças nem rusgas, mas o recado ficou claro: caixa dois de amabilidades e cargos em troca de batidas no martelo das votações.

Lula não apenas convida para o almoço; ele costura uma base que ignore as sirenes golpistas do bolsonarismo e, ao mesmo tempo, seduz setores fisiológicos que resistem em largar o osso do poder. A foto oficial com Kassab é só o cartão de visitas de uma estratégia maior, que se repete com MDB e União Brasil.

Costurando Alianças: MDB e União Brasil

Na semana anterior, foi a vez da ala governista do MDB ser recebida no Planalto. Lula abriu portas para Baleia Rossi, mas encontrou resistência: há quem prefira dançar conforme a música da direita. Nos bastidores, caciques do partido afirmam que “Lula terá de oferecer espaço significativo ao MDB para garantir o apoio, incluindo a vaga de vice-presidente”. O nome que ronda as conversas é o da ministra do Planejamento, Simone Tebet, simbolizando that velha política de cargos em troca de votos.

Já o União Brasil vive um drama à parte: críticas públicas, ameaça de desembarque e ministros que querem seguir na Esplanada. Lula convocou Celso Sabino, Juscelino Filho e Waldez Góes para saber se iriam pular do barco — e recebeu como resposta: “Queremos permanecer nos cargos”, garantiram. Mesmo assim, o partido, sob o comando de Antonio Rueda, insiste em taxar o governo de “ineficiente” e usar as redes para chacoalhar a base aliada.

Alianças para 2026 não se tecem apenas em almoços ou apertos de mão: exigem paciência e um cheque em branco para distribuir ministérios, emendas e benesses. E enquanto a direita procura retomar o poder a qualquer custo com fake news e ataques midiáticos, Lula joga o jogo que dominou no passado — o da coalizão fisiológica e da política de gabinete.

Lula tem ciência de que, sem uma frente ampla, o “passa regime” conservador ganha novo fôlego. Por isso, convoca partidos que, ontem, batiam panela contra o PT, hoje puxam o saco para garantir a boquinha no próximo governo. É a velha cartilha do toma lá dá cá, mas sob o verniz de uma suposta governabilidade e estabilidade institucional.

Por fim, fica a pergunta que ecoa nos corredores do Planalto: será que esse balcão de negócios vai fortalecer de fato um projeto de transformação ou só reforçará o modelo de conciliação de classes que mantém a elite abastada e a maioria na miséria? Lula aposta suas fichas na costura política, mas corre o risco de ver seu legado diluído em negociações que privilegiam interesses de gabinete. A direita, por sua vez, segue a espreita, pronta para aproveitar qualquer escorregão. Afinal, na política brasileira, quem hesita é engolido.

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