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Tarifaço de Trump: Gleisi anuncia compra de alimentos afetados para distribuição em merendas escolares

O governo brasileiro se vê diante de um novo ataque do imperialismo econômico: o chamado “tarifaço” de Donald Trump elevou para 50% a alíquota sobre boa parte das exportações nacionais. Enquanto a direita se afoba em discursos simplistas sobre “soberania” e “dores do mercado”, o PT articula uma resposta concreta para blindar empresas e trabalhadores.

Plano de contingência para proteger a economia

A ministra Gleisi Hoffmann anunciou que, já no início da próxima semana, o governo deverá fechar uma lista de ações para conter o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos. Não se trata de retaliação vazia, mas de proteger quem produz e quem trabalha, afirmou a dirigente petista. O pacote envolve medidas como:
– abertura de novos mercados para que empresas redirecionem sua produção;
– criação de linhas de crédito específicas para os setores mais prejudicados;
– aquisição, pelo poder público, de alimentos afetados pelo tarifaço para distribuição em programas como a merenda escolar e o PAA.

“Vai ter que ser analisado caso a caso. Tem empresa que consegue vender no mercado interno; outras não. Às vezes, é melhor comprar e distribuir na merenda ou no PAA”, declarou Gleisi Hoffmann ao BandNews TV.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, também defendeu a compra de produtos destinados originalmente aos EUA. Segundo ele, o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu a sugestão “com muito bom grado”.

Exceções estratégicas e novos estímulos

Curiosamente, o decreto de Trump trouxe uma lista de 700 exceções – beneficiando setores como aeronáutica, energia e alguns produtos do agronegócio. De acordo com o vice-presidente Geraldo Alckmin, 45% dos itens foram excluídos do aumento; aço e alumínio mantêm a alíquota de 50%, enquanto automóveis seguem com 25%. Ainda assim, cerca de 35,9% das exportações brasileiras aos EUA sofrerão o impacto pleno da sobretaxa.

Para driblar essa guerra comercial, Haddad adiantou que o governo planeja linhas de crédito e até um pacote de proteção ao emprego inspiradas nas medidas de enfrentamento da pandemia. “A partir da semana que vem, já vamos poder tomar as primeiras medidas de proteção à indústria e agricultura nacionais”, garantiu o ministro. A proposta inicial é manter os gastos dentro do limite do arcabouço fiscal, sem descumprir metas estabelecidas.

Estados e municípios também se movimentam: além do Ceará, outras unidades federativas estudam liberar crédito e incentivos fiscais para mitigar prejuízos. Essa articulação conjunta do PT, de Lula e do conjunto de forças populares demonstra que há caminho para defender a produção nacional sem apelar para narrativas revisionistas ou “protecionismo ingênuo”.

O tarifaço de Trump expõe, mais uma vez, a urgência de radar político independente dos interesses de Washington. Enquanto a extrema-direita brasileira adula o regime de Trump, o governo Lula-PT avança em um projeto que alia solidariedade internacional e justiça social. É o momento de reforçar a coordenação das estatais, valorizar a indústria nacional e dar aos trabalhadores a segurança de que não serão jogados às traças por decisões alheias.

Ao mesmo tempo em que enfrentamos o agressor estrangeiro, precisamos questionar de vez quem, dentro do país, propõe entregar nossas riquezas ao grande capital. A resposta está na mobilização popular, na força dos sindicatos, na resistência dos movimentos sociais e na ação firme de um Estado que retome o protagonismo econômico. Só assim construiremos uma frente sólida contra o imperialismo e garantiremos emprego, renda e direitos para toda a classe trabalhadora.

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