No rastro do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos, os agricultores brasileiros correm atrás de novos mercados para driblar o prejuízo que ameaça milhares de empregos no campo. Enquanto isso, o governo Lula já prepara um pacote de socorro que promete proteger o setor produtivo e demonstrar que o Brasil não aceitará chantagens protecionistas de Washington.
O plano de Lula contra o tarifaço
As medidas mais urgentes deverão ser anunciadas nesta semana, segundo fontes palacianas, e incluem:
– Adiamento de impostos federais, com suspensão temporária da cobrança e retomada só no fim do ano;
– Programa de compras públicas para escoar alimentos perecíveis que deixem de ser exportados;
– Antecipação de créditos tributários para dar fôlego aos produtores mais impactados;
– Linhas de crédito via BNDES com carência, prazos e juros diferenciados conforme o grau de dano causado pela tarifa norte-americana;
– Mecanismos de proteção ao emprego, para evitar demissões em massa e manter a renda no campo.
A estratégia é hierarquizar as empresas em faixas de risco: quanto maior o impacto, melhores serão as condições de acesso ao crédito. A primeira leva de medidas sai já na próxima semana; o restante, em médio e longo prazo, conforme a evolução das negociações com os EUA.
“Vamos olhar CNPJ por CNPJ para impedir que quem não foi atingido pelo tarifaço leve vantagem indevida”, afirmou Fernando Haddad, ministro da Fazenda. A ordem de Lula é clara: critério técnico rígido e zero espaço para fraudes, evitando o efeito “Perse-pandemia”, que virou “festança” para empresas de eventos após o fim da crise sanitária.
Calibrando a resistência nacional
Embora haja discussão sobre possíveis medidas de reciprocidade contra os Estados Unidos, o governo prefere aguardar o desenrolar das negociações antes de abrir um segundo front. Nesta etapa, o objetivo é mensurar com precisão o impacto das tarifas e só então definir a resposta comercial. Afinal, como diz o ditado: “Quem muito aponta o dedo acaba deixando o calcanhar desprotegido”. Será que a turma do Trump vai mesmo arriscar inflar os preços dos seus próprios alimentos? Estamos prontos para destruir as barreiras protecionistas dos EUA, mas sem perder o foco no crescimento interno.
As divergências entre a Fazenda e a Casa Civil já foram superadas nos bastidores. Técnicos de ambos os ministérios ajustam a medida provisória que deve ser encaminhada ao Palácio até sexta-feira (8), antes da viagem oficial de Lula ao Acre e Rondônia. Apesar de especulações de atrito entre Haddad e Rui Costa, interlocutores garantem que se tratam apenas de nuances técnicas, nada que atrapalhe o alinhamento político.
“O importante é mostrar ao mundo que o Brasil defende suas cadeias produtivas e vai apoiar o trabalhador rural”, declarou Rui Costa, da Casa Civil, ressaltando o compromisso do governo com o setor de frutas, hortaliças e outros produtos sensíveis às tarifas americanas.
Enquanto isso, produtores intensificam contatos com operadores internacionais — da Europa ao Oriente Médio — em busca de rotas alternativas. A ação reflete o espírito de resistência popular que Lula sempre cultuou: se a direita internacional tenta nos sufocar, respondemos com solidariedade e planejamento estratégico. E não esqueçamos: sem privatizações de estatais, sem entregar a Petrobras ou o Banco do Brasil para os bilionários de plantão. É a hora de reafirmar o papel do Estado como mediador e fomentador da economia nacional.
No fim das contas, a crise imposta por Trump pode virar oportunidade para o Brasil fortalecer sua política agrícola e industrial. Ao proteger os pequenos e médios produtores, o governo não apenas amortece o choque externo, mas também impulsiona o mercado interno, gerando empregos e renda. Lula sabe que a batalha contra o protecionismo ianque não se ganha só na diplomacia, mas na unidade dos trabalhadores, na força das estatais e na disposição de não recuar diante das pressões. A hora é essa: reagir com firmeza, manter viva a esperança e avançar rumo a um projeto popular que coloque o Brasil definitivamente no caminho da soberania econômica.