A possibilidade de um diálogo direto entre Lula e Donald Trump surgiu como peça de um xadrez geopolítico que tenta nos empurrar de novo no colo do imperialismo. Na última sexta-feira (1º), o ex-presidente ianque disparou à imprensa: “Lula pode falar comigo quando quiser”. A declaração, embora pareça gentil oferta de conversa, é, na verdade, parte de um jogo de poder onde Washington impõe tarifas arbitrárias e pressiona democracias soberanas. Estamos diante de uma manobra que exige vigilância e claro posicionamento do povo brasileiro e de suas instituições.
O convite lacrador de Trump
Em resposta à repórter Raquel Krähenbühl, da TV Globo, Trump fez seu convite pomposo, mas esqueceu de mencionar que, no mesmo dia, sancionou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros! É o velho imperialismo sorrindo enquanto aperta o cinto de quem produz e trabalha. E não para por aí: também sancionou o ministro Alexandre de Moraes com base na lei Magnitsky, numa tentativa clara de deslegitimar o STF e interferir nos assuntos internos do Brasil.
“O Brasil não se curvará a pressões externas”, declarou Mauro Vieira após encontro com Marco Rubio em Washington, reforçando que a soberania não está à venda.
— Mauro Vieira comenta seu tom firme em reunião com o secretário de Estado americano
Lula não se curva
No domingo (3), durante evento do PT, Lula deixou claro: a briga contra a taxação americana tem limites estratégicos. “Eu não posso falar tudo que eu acho que eu devo falar, eu tenho que falar o que é possível falar”, afirmou o presidente. Esse recado envolve mais do que cautela diplomática: expõe a sabedoria de quem conhece as armadilhas do jogo capitalista global. Não adianta trocar insultos gratuitos e dar munição a quem quer apenas usar o Brasil como latifúndio para suas empresas.
Lula também mandou um recado direto a quem “acha que manda no mundo” sem citá-los nominalmente: “Nós não queremos confusão. Então, quem quiser confusão conosco, pode saber que nós não queremos brigar. Agora não pensem que nós temos medo. Não pensem.” É essa mistura de firmeza e inteligência que faz a diferença em tempos de guerra comercial e diplomática. Enquanto o bolsonarismo bradou obediência irrestrita, o PT mostra que soberania não se negocia com tarifas abusivas.
No mesmo evento, Lula reforçou que os canais de negociação permanecem abertos. “O que nós queremos, nós estamos trabalhando, nós vamos ajudar as nossas empresas, nós vamos defender os nossos trabalhadores e vamos dizer o seguinte, quando quiser negociar, as propostas estão na mesa.” É fundamental lembrar que estamos diante de um governo empenhado em recuperar estatais, fortalecer a indústria nacional e combater a entrega de nossas riquezas.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições”, postou Lula em suas redes sociais, enfatizando a independência do país frente a pressões externas.
— Publicação de Lula reforça a defesa da democracia e da soberania nacional
A diplomacia brasileira, liderada por Mauro Vieira, não apenas reagiu ao choque tarifário, mas também deixou claro que não haverá capitulações. O encontro com Rubio foi mais do que fotografia: foi manifesto de resistência. Ao afirmar ao secretário de Estado americano que o Brasil não se curvará, Vieira selou o compromisso de uma linha externa que respeita nossa autonomia e prioriza o bem-estar do povo.
Enquanto Trump brinca de bom moço convidando Lula para um papo ao telefone, o Brasil organizado pela esquerda mostra sua força: sabe negociar, mas também sabe se impor. Em um mundo dominado por interesses dos bilionários, precisamos de líderes como Lula que defendem estatais, inibem privatizações e colocam o trabalhador no centro das políticas públicas. O convite de Trump é, portanto, apenas a cortina de fumaça de um capitão do mato imperialista. Quem com ferro fere, com ferro será ferido – e o Brasil do povo está preparado para exigir respeito.