Vivemos numa era em que a tecnologia vira arma de sabotagem política nas mãos dos mesmos que defendem privatizar tudo e coroar bilionários. Circula nas redes um vídeo com a cara do ex-jogador Kaká dizendo que vai apoiar Lula nas eleições de 2026 — mas é golpe digital: é #FAKE, criado com inteligência artificial para confundir e enganar eleitores. Não é coincidência que essas farsas floresçam enquanto a direita perde espaço e inventa qualquer truque para tentar frear o avanço de um projeto popular.
Como é o vídeo?
O post falso, publicado no TikTok em 18 de abril, mostra Kaká com uma camisa cinza e, na parte inferior, uma imagem de Lula. No vídeo adulterado, ele aparece “declarando”: “Eu estou apoiando o Lula para 2026. Acredito num Brasil mais justo, com oportunidade para todos e guiado por Deus” — frase que nunca foi dita por ele no contexto político. Quem consome redes sabendo separar o joio do trigo percebe o cheiro de manipulação digital na primeira olhada; quem delira com teorias da conspiração doentias da direita, infelizmente, compartilha sem checar.
Por que isso é mentira?
O registro original é um vídeo de 4 de novembro de 2024, postado no Instagram de Kaká, no qual ele lê um versículo da Bíblia e comenta sobre seu significado. Em nenhum momento o ex-jogador menciona Lula ou as eleições. Em outras palavras: o áudio/visuais foram adulterados para encaixar uma fala que nunca existiu. O site Fato ou Fake submeteu o material à ferramenta Hive Moderation, que indicou 99,5% de probabilidade de ter sido produzido por IA — sinal vermelho piscando para quem ainda acredita em tudo que aparece no feed.
Esses ataques não são casos isolados. Recentemente vimos deepfakes envolvendo Gusttavo Lima, Romário, Felca e Ivete Sangalo, todos “declarando” apoio a Lula em montagens artificiais. A lista cresce porque a direita, desmoralizada politicamente, aposta na mentira como tática eleitoral. Quando falta projeto, sobra manipulação. E mais: quem financia ou aplaude esses truques tecnológicos são os mesmos que defendem os bilionários e a privatização das estatais — ou seja, interesses contrários ao bem público.
A função do jornalismo militante não é apenas denunciar, é apontar responsabilidades políticas. Essas montagens servem a dois objetivos: espalhar dúvida e fabricar narrativas para desgastar um governo popular. A estratégia é velha: desacreditar peças-chave de uma alternativa de esquerda com mentiras até que a maioria desconfiada acabe seguindo o boato. Não podemos permitir que a esfera pública seja colonizada por deepfakes que atuam como bombas-relógio nas eleições e na vida democrática.
Não se trata apenas de proteger imagem de celebridade: trata-se de defender a integridade do debate político e a soberania popular. Denunciar e explicar como funcionam essas fraudes digitais é um passo político. Outra frente é pressionar plataformas a identificar e sinalizar conteúdos manipulados, além de responsabilizar quem fabrica e dissemina essas mentiras. Mas também precisamos educar nossas bases: verificar antes de compartilhar, desconfiar de vídeos que surgem do nada e procurar a origem do conteúdo.
O combate à desinformação é parte da luta mais ampla contra a direita e suas manobras — não é neutralidade, é política. Defender Lula e o PT como instrumentos de mudança significa também proteger o terreno da disputa ideológica contra mentiras tecnológicas que querem apagar nossa voz. Portanto, quando receber um vídeo bombástico com uma “declaração surpresa”, pergunte-se: quem lucra com essa mentira? Qual o objetivo político por trás dela? E, acima de tudo, verifique. A democracia agradece, e a luta por um Brasil mais justo não será derrotada por algoritmos a serviço dos poderosos.